segunda-feira, 30 de janeiro de 2012

Lei Muda


Foi divulgada na televisão uma reportagem sobre um estudo feito sobre as conseqüências de falar ao celular no volante. Segundo o estudo dirigir e falar no celular é pior que dirigir após beber bebidas alcólicas. Usar celular no trânsito é mais perigoso que dirigir embriagado. Segundo especialista, celular aumenta até 400% risco de acidente. A pesquisa feita nos EUA acompanhou 241 motoristas durante um ano e mostrou que 93% dos casos são motoristas distraídos que se envolvem em acidentes. Em São Paulo, foram 253 mil autuações de motoristas ao celular em uma ano. Segundo o especialista em trânsito da Universidade de Brasília (UNB), David Duarte Lima, o celular aumenta até 400% o risco de o motorista se envolver em acidente. A reação de uma pessoa que escreve um torpedo ao volante é até 35% mais lenta. Um motorista distraído ao escrever um torpedo não consegue manter uma distância segura em relação ao carro que vai à frente, e tem dificuldade em seguir em linha reta. E isso pode ser tão perigoso quanto dirigir embriagado. Pessoas com até oito decigramas de álcool por litro de sangue - o limite legal na Inglaterra, equivalente a pouco mais de duas latinhas de cerveja - apresentaram um desempenho melhor. O resultado do estudo feito por pesquisadores da Universidade de Rostok, na Alemanha, mostrou que o tempo de reação de pessoas conversando ao telefone, no modo “viva voz”, era menor do que pessoas que tinham entre 0,4 e 0,5 gramas de álcool por 100 ml de sangue. Para se fazer um comparativo, 0,2g por 100 ml é o limite de álcool no sangue permitido pela legislação brasileira (Lei Seca). O estudo ainda mostrou que o tempo de reação de motoristas sóbrios sem falar ao celular é de 0,76 segundos. Enquanto motoristas alcoolizados reagiram em 1,03 segundos. Já os que conversavam ao celular precisaram de 1,20 segundos para responder. No Brasil, porém, a fiscalização cobra apenas a bebida alcólica, e motoristas ao celular passam livremente pelas fiscalizações. A Lei Seca que já se mostrou ineficiente, aborda e constrage motoristas sóbrios sem efeito algum, já que o número de mortes no trânsito causado por bêbados só aumenta. O número de mortes causadas por motoristas embriagados em São Paulo, maior cidade do país, triplicou de 2010 para 2011. Enquanto a Lei Seca, sem eficiência alguma, continua nos importunando nas ruas, como fonte de propaganda eleitoral, os motoristas falantes, que continuam a solta, causando transtornos e mortes. No Rio de Janeiro é comum ver motoristas de ônibus falando ao celular enquanto trafegam pelas ruas da cidade. Aumento e muito o risco de acidente, colocando vidas de terceiros inocentes em risco. Chegou a hora de fazerem a Lei Muda e tratar quem fala ao celular no volante da mesma forma que quem dirgi bêbado. O problema é que muitos desses que falam ao celular, são empresários, executivos, pessoas de poder aquisitivo alto, e isso iria contra os interesses de muitos. Enquanto eles passam impunes pela Lei Seca, por ter dinheiro para pagar multas, na Lei Muda teriam aborrecimentos.

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